No sábado dia 14 comemorou-se o Dia dos Namorados.
Mas nos dias anteriores muito se falou dos outros, dos Encalhados.
Como pelos vistos a crise também chegou ao amor, os jornais encheram-se de peças sobre programas para Encalhados: festas, jantares e encontros para pessoas sós.
Há de tudo: desde maratonas de 5 minutos para impressionar não se sabe bem quem, a convívios noite fora para incentivar a descoberta da alma-gémea (cá para mim no final da noite o que se encontrou não tem nada a ver com alma.....).
Mas o que mais me chamou a atenção é o facto por mim bem conhecido dos "encontros" via Internet.
Os nossos pombinhos acham mais fácil encontrar a outra metade pela Internet.......mais fácil será, agora que encontrem mesmo a outra metade é que já duvido!
Mas este circo todo à volta dum fenómeno bem conhecido- a solidão- leva-me a pensar: será que as pessoas já não conseguem criar laços com o outro?
Já não se conhecem pessoas via "normal"?
Fiquei curiosa, confesso.
E como para mim o "amor virtual" tem muto que se lhe diga nem me imagino a procurar um parceiro na net.
Mas que há quem insista isso é óbvio.
Ah! Mas esqueci-me dum pormenor.
Quem são os Encalhados?
Quarentões? Cinquentões? Nada disso.
"Jovens no final dos vinte e início dos trinta..."
Acreditam nisto?
Qualquer dia se aos 10 anos os miúdos não têm par são uns encalhados....
Mas pensando bem "encalhado" não me parece bem escolhido: afinal a ideia que se tem ao ouvir a palavra é de algo preso, impedido de avançar.
Ora se estão presos como é que estão sozinhos?
Estou confusa......
Mas falando de mim como estou só, tive um dia dos namorados igual a todos os dias.
Até que ao final do dia um cavalheiro a quem vendi um objecto me telefona para combinar a sua vinda para levar a compra para sua casa e se despede desejando-me um "...bom dia de S. Valentim!".
Simpático, não?