Confidências duma Balzaquiana desiludida com alguns homens e surpreendida com outros

28
Jun 09

Todos temos afectos ao longo da vida.

Uns mais fortes, outros mais ténues.

Mas todos afectos.

Aos afectos cabe grande parte da nossa felicidade: os amigos, os familiares, os amores.

E são os afectos que nos dão força para nos levantarmos e seguir em frente quando algum desafecto nos atira ao chão.

São ainda os afectos que nos amparam quando estamos doentes e desesperados.

Quem não tem afectos pode considerar-se uma pessoa infeliz.

Mas quem desdenha dos afectos é ainda mais infeliz: não sabe nem nunca experimentou o sabor dum abraço, duma carícia , duma palavra ditada pelo coração.

Quem não sabe ser amado não sabe amar.

Quem não sabe ser amigo não tem amigos.

Quem não sabe ser solidário não sabe a satisfação que ajudar o próximo pode trazer....apenas alcança até ao seu umbigo.

Por isso hoje brindo aos afectos.

Puros, sinceros que não escolhem, apenas acontecem.

Quem não perceber isso não tem afectos.

 


20
Jun 09

Tudo o que me aconteceu nos últimos tempos foi devastador.

Para a minha auto-estima, a minha fé na vida e sobretudo para o meu equilíbrio emocional.

Não adianta querer perceber porque correu mal, quem foi "culpado" ou fazer de coitadinha e dizer "não merecia que isto me tivesse acontecido".

Aconteceu e tenho que seguir adiante.

Mas tal como há 3 anos em que durante 3 semanas desliguei o botão da minha vida agora tive a oportunidade de durante 4 dias também desligar o botão.

E reconheço que foi na altura certa.

Apesar de terem sido 4 dias de trabalho só o facto de estar longe daqui fez-me "recarregar" as baterias. A companhia também ajudou.

Nestes dias não pensei em nada a não ser no imediato.

Aliás, foi o que eu disse à minha parceira no dia da partida: "Faça um favor a si própria e desligue o botão! Na 2ª feira tem tempo para se tornar a preocupar!"

E ambas fizemos isso mesmo. E nada de conversas de trabalho ....apesar de termos apreendido que temos muito trabalho pela frente!

Nesse aspecto o meeting foi bastante proveitoso.

Mas como dizia, o estar longe fez-me distanciar e conseguir posicionar-me face a algumas coisa, tanto pessoais como profissionais.

E as peripécias foram tantas  ( começaram logo na Portela...) que quase que podíamos escrever um livro!

Mas como tanto eu como ela somos pessoas bem dispostas, levou-se tudo na desportiva e tirámos proveito do positivo das situações.

Mas sinto-me revigorada: andei imenso a pé, nas pausas ainda andamos a ver a cidade e claro fomos até ao Marks & Spencer  onde estivemos imenso tempo a experimentar chapéus........não comprei um porque depois tinha o mesmo destino dos outros mas adorei!

E na nossa última noite oferecemos a nós próprias um magnífico jantar num restaurante indiano que estava divinal. A decoração era um espectáculo e tive pena de não ter a câmara comigo porque merecia ficar registada para a posteridade.....;-)

Sinto-me bem, descansada e sobretudo com imensa energia para as "pega de caras" que sei que vou ter pela frente.

Ontem à noite pensei: mais uma vez o que a vida fez o favor de me tirar com uma mão , é compensado pelo que dá com a outra!

Assim tem sido e se calhar é como seria suposto ser.

Mas sinto-me em Paz.

Comigo e com a vida: já estava na altura e sim, eu mereço!

 

Balzaquiana às 14:22
música: What a beautiful world
sinto-me: equilibrada

04
Jun 09

A SIC transmitiu, salvo erro a semana passada, um debate sobre a violência no namoro.

Creio que o título era: Amor do avesso.

A certa altura uma das jovens vítimas de violência no seu namoro referiu o que em síntese se passa quando uma relação chega ao fim.

As suas palavras foram: ".....não posso dizer que o ame. Estou com outro de quem gosto muito mas com ele ainda existe uma relação muito forte porque juntos fizemos muitos disparates e loucuras. E esse passado partilhado não se apagou nem vai deixar de existir."

Por um lado fiquei admirada como uma jovem conseguiu fazer esta racionalização.

E sobretudo como identificou e bem, o que realmente fica duma relação.

Isto porque a maioria dos adultos não consegue pôr assim, preto no branco, a verdadeira essência duma relação amorosa.

E dei por mim a pensar: ora aí está uma maneira de arrumar os pensamentos de modo a seguir em frente.

É óbvio que quando tudo não passou de fogo fátuo não existe nem passado, nem recordações.

Existiu uma relação física, uns momentos bem ou mal passados.

Pouco ou nenhum custo emocional os intervenientes pagaram.

Separam-se e até à vista!

Mas quando existe esse envolvimento, esse passado não sei como alguns conseguem friamente virar as costas e partir para outra(o).

Das duas uma: ou essa pessoa não possui sentimentos e  vive de aventura em aventura e como tal vai saltitando de galho em galho como o macaco ou então andou a fingir, a enganar.

Que deve ser o que alguns são peritos em fazer: enganar, mentir e desdenhar.

Afectos são guardados para a família........os outros seres com quem se cruzam são descartáveis, é usar e deitar fora!

Infelizmente quem já passou por uma situação destas sabe bem do que falo.

E aquela jovem mostrou uma maturidade que muitos quarentões ainda não alcançaram.....

 


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