Confidências duma Balzaquiana desiludida com alguns homens e surpreendida com outros

30
Ago 09

Este texto não é meu mas acho-lhe imensa piada.

 

Aqui o deixo e lembrem-se que nunca se sabe quando é o "tal" encontro......

 

 

Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.


Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa?

Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio.

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.

O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.

A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza.
Idealizar é sofrer.
Amar é surpreender.
 
Martha Medeiros

 

 

Balzaquiana às 18:24
sinto-me: bem disposta

18
Ago 09

O episódio passou-se há uns anos e nem me lembrava mais desta frase até que a tornei a ouvir de outra boca.

E novamente fiquei sem perceber.

A frase é esta pérola: "........e estou muito feliz por nunca me ter apaixonado por ninguém para não andar a bater com a cabeça nas paredes...."

Na altura achei de muito mau gosto e pensei que quem diz isto só pode ser uma pessoa sem afectividade.

Revela cobardia e calculismo............bem o tempo, esse grande Mestre, deu-me razão.

Mas esta semana ouvi mais ou menos o mesmo da boca duma jovem de 28 anos.

Confesso que me arrepiei e não foi de frio.......

Que alguém na casa dos 40 seja calculista e, porque não dizer, um grande filho da mãe,

ainda se pode aceitar mas uma jovem?

Que valores tem esta juventude?

Que vida afectiva pode ter uma pessoa que não se prende a ninguém para não sofrer?

Será que amar é assim tão doloroso para estas pessoas?

De que têm medo?

De sentir emoções?

Confesso que não percebo.

Pessoalmente continuo a achar que melhor do que não sentir nada, ter pedras no lugar do coração, é entregar-se às emoções e vivê-las.......

Mas eu até sou muito mais que balzaquiana..........

Ou como o título de um livro autobiográfico de Garcia Marquez: Viver para Contá-la

A vida, claro!

Balzaquiana às 21:53
sinto-me: intrigada

11
Ago 09

Não sei porque motivo as situações na minha vida se repetem ciclicamente.

Fazendo uma revisão a vários "acidentes de percurso", existe um padrão de comportamentos que se repete.

Durante o tempo que andei no psicólogo lembro-me de ter referido isto mesmo mas até hoje continuo sem perceber a razão.

E mais uma vez torna a acontecer.

É uma sensação de filme já visto, de reprise.

E analisando bem, e a distanciação que o tempo trás é fundamental, talvez com maior propriedade possa dizer que não foram erros mas apenas más avaliações das pessoas.

Erro apenas considero uma das situações e infelizmente dessa não me vou poder esquecer nunca.

Se o objectivo do cavalheiro era ser recordado por manifesta má formação moral então conseguiu. Adiante.

E novamente me dou conta de estar a vivenciar algo que já vivi....

Se vai ser boa ou má, não sei, só sei que pelo menos aprendi alguma coisa: a não acreditar em fantasias de outras cabeças.

Se tiver que me iludir que seja com fantasias da minha autoria.

Assim se der para o torto, só me posso culpar a mim mesma.

E só eu sofri.

Porque levar outras pessoas a embarcar em fantasias é uma acção que revela um profundo desprezo pelo outro.

E de egoísmo puro e duro.

Que é o apanágio de quem só vive para o seu umbigo e se julga o centro do Universo.

Pobres de espírito e de sentimentos.

 

 PS: À medida que ia escrevendo veio-me à memória o Chico Buarque e a sua Ópera do Malandro.....porque será???

Balzaquiana às 22:49

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