Realmente estava perante uma pessoa interessante com quem dava gosto conversar.
Mas não me podia esquecer duma condicionante, pelo menos para mim, que era o facto de ser casado e pai de família.
Isto porque eu costumava dizer que"homem casado para mim é mulher e mulher é amiga".
Encontramo-nos mais algumas vezes para tomar um cafezinho e conversar.
E vieram as confidências.
Contou-me a sua "história" pessoal e fiquei sensibilizada por ele estar a revelar a uma estranha pormenores bastante delicados da sua vida. Pensei que eu lhe inspirava confiança e isso fez com que de algum modo começasse a pensar que não se tratava apenas de mais um conhecimento mas de alguém especial.
Verdade seja dita que começou a existir entre nós uma afinidade e cumplicidade que comecei a achar perigosa mas nada como deixar correr o marfim.
E também ouvi da sua boca uma frase que me comoveu: "gostava muito de ser teu amigo!"
Isto dito assim deixou-me derretida, a sonhar. Nunca ninguém me tinha dito algo parecido.
Veio o mês de Agosto e eu pensei que como ele ia de férias o entusiasmo ia esfriar.....nem por sombras.
Apesar de estar com a família telefonava sempre a qualquer hora do dia e chegou-se ao final do mês e o seu regresso ao trabalho.
E eu ia de férias em Setembro.
Foi neste intervalo de duas semanas que acabou por acontecer o que seria de esperar...ou talvez não, não sei.
E se desencadeou um turbilhão de emoções contraditórias.
E dei por mim a sentir-me cada vez mais ligada a ele, posso mesmo dizer que me apaixonei.