Num dia de Julho dum ano já ido, recebi um email que me prendeu atenção e que me deixou bem impressionada:
" Olá chamo-me A. tenho 40 anos sou de Lisboa e gostaria de conversar contigo"
Naqueles tempos os contactos ainda se faziam por email, não existiam ainda o hi5 nem a netlog e outros que tais, julgo que o mais parecido que existia era o icq.
Quem iria recusar um convite tão correcto, tão simples e ao mesmo tempo tão sincero?
Eu não. E respondi que concerteza que poderiamos conversar.
Uma das primeiras conversas mais sérias deixou-me curiosa: falou dele, dos rebentos, da casa na praia, do barco, do que gostava mas mais nada. Até que perguntei se as filhas tinham mãe......"desse assunto falarei depois".
Pensei logo que era casado mas não queria dizê-lo.
Nas conversas que se seguiram abordei apenas temas que não provocassem problemas: música, livros e afins nada de importante. Irritou-se. E entrou num espiral de disparates.
Até que uma bela noite já farta de tanto disparate lá falamos via telefone e conseguimos entender-nos. Pelo menos foi o que eu achei na altura.
A partir daí começou um período vertiginoso de telefonemas e longas conversas.
Confesso que andava nas nuvens e muito curiosa para o conhecer pessoalmente.
Esse dia chegou.
Fomos almoçar e desde o momento em que lhe pus os olhos em cima algo mexeu comigo.
Estava um dia muito quente e a conversa e a companhia eram deveras agradáveis.
E depois de alguns "encontros" desastrosos eis alguém que me cativou. E muito.