Confidências duma Balzaquiana desiludida com alguns homens e surpreendida com outros

13
Ago 08

 

 Por muito tempo o cavalheiro que queria muito ser meu amigo se afastou mas lá dava sinal de vida para saber saber se eu estava bem: um perfeito gentleman.

Eu andei a bater mal  bastante tempo sem perceber o que tinha acontecido para semelhante comportamento. Teria eu feito alguma coisa que o melindrou? Teria eu expresso alguma opinião que o ofendeu? Que tinha eu feito de errado?

Chegava sempre à mesma conclusão: eu apenas tinha sido verdadeira nas minhas opiniões e nas minhas acções , isto é, tinha sido genuína.

Não tinha andado a representar um papel ou a fingir ser o que não era.

Passado muito mas mesmo muito tempo e no meio duma conversa com o cavalheiro, fiz-lhe a seguinte pergunta: " porque motivo é que de repente mudaste de ideias e te afastaste?"

Uma pausa longa, um olhar para o vazio e eis a resposta:

"Porque tu não soubeste vender a tua imagem e como tal eu afastei-me"

Devo ter feito uma cara que achou por bem acrescentar: "Antes que me viesse a arrepender"

De mal a pior.

Eu na altura fiquei parva a pensar: "Vender a minha imagem? Será que eu sou um detergente ou um refrigerante que são apresentados como os melhores mas que são apenas isso mesmo? "

Apenas expressei uma frase: "pois realmente não vendi a imagem!"

E ainda hoje quando me lembro desta frase me sinto zangada.

Eu sou um ser humano, com qualidades e defeitos, não sou perfeita mas alguém pensar que eu devo vender a minha "imagem" é o cúmulo do descaramento. E só demonstra que aquela pessoa nunca fez um esforço para me aceitar e compreender daí eu não ter "encaixado" na retrato que ele fez de mim. Se calhar ainda bem.

Mas é triste ser comparada a um consumível. E daí o deitar fora quando já não interessa.

Mas no meio disto tudo ainda houve mais palavras bonitas: "mas com o passar do tempo tu mudaste e eu mudei a minha opinião a teu respeito".

Eu não mudei mas enfim. "....e começaste a perceber como eu sou".

Isso é verdade: comecei a perceber o que não devia dizer em determinadas alturas mas que em outras era o que devia ser dito. O chamado jogo de cintura.

Mas a melhor foi esta: ".....tu deixaste de te preocupar em dizer as coisas certas e passaste a borrifar-te para o que eu pensava!"

Bingo! É que o jogo de cintura cansa e para quê estar a usar palavras muito bonitas quando nos apetece dar um berro? Viver contrariada não é bem o meu género.

E assim se revela a verdade , sem filtros nem palavrinhas de circunstância.

Caso para perguntar: Custava muito ter sido honesto? Não, digo eu.

Mas muito tempo se passou muitas "amigas" passaram pela vida do meu amigo e como tudo se sabe também em relação a algumas o ouvi dizer: "Não me respeitaram!"

Curioso. Se calhar porque para respeitar é necessário respeitar o outro e dar-se ao respeito.

E como conclusão deste conturbado episódio da minha vida apenas posso dizer:

Quem não me aprecia não me merece.

 

 

Balzaquiana às 20:56
música: N'Oubliez jamais- Joe Cocker
sinto-me: a remoer

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