Confidências duma Balzaquiana desiludida com alguns homens e surpreendida com outros

16
Set 08

Muito se fala nos últimos tempos em traição.

Procuram-se novas explicações para justificar a traição.

E até se arranjou um eufemismo para a traição: a neo-monogamia.

Tudo muito desempoieirado, muito modernaço, tudo sem culpa.

E é na culpa que reside o problema.

Traiu: sente culpa? Ou não existe qualquer problema e vai de repetir?

Hoje li uma pérola dos novos tempos: "C. ama o namorado com quem quer casar mas não consegue deixar de ter casos com outras pessoas."

Ama o namorado? Duvido.

Quer casar com o namorado? Acredito.

É que para a geração casadoira o casamento não passa dum acontecimento social.

Que implica apenas ter que viver com o outro. Sentimentos? Amizade e cumplicidade.

Quando se esgotam adeus e vai à tua vida .

Amor? Sentimento fora de moda.

Por isso trair passou a ser tão in.

E isto aplica-se tanto aos homens como às mulheres.

No entanto pergunto-me que valores morais têm estas pessoas e que tipo de monstros emocionais serão gerados em meio familiar tão estranho.

Porque  não podem ensinar um filho a ser leal e fiel a um companheiro porque eles próprios não o são e nem devem saber o que isso é.

Outra afirmação que li num outro artigo ainda é mais imaginativo.

"M. traiu o marido porque se sentia mal-amada e desse modo reencontrou e fortaleceu o seu amor-próprio".

Bem só faltava isto: a traição serve de terapia para fortalecer a auto-estima.

De quem traiu porque quem foi traído deve ficar com a auto-estima ( e não só) bem danificada.

Realmente eu não sou desta época.

Trair é trair.

Tentações todos temos mas se estamos numa relação satisfatória não percebo o que se obtém de mais valia em trair.

Se a relação não é satisfatória então a honestidade, a lealdade e o respeito que o outro nos deve merecer obriga-nos a sair dessa relação e ir procurar a satisfação noutro lado.

Agora arranjar explicações de mau pagador é triste e não abona a favor de seres pensantes que deveríamos ser.

E muito menos demonstra que somos pessoas bem formadas.

Mas isto é o que eu penso.

Balzaquiana às 20:40
sinto-me: confusa
música: The Last Time - Keane

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Traição ou Terapia?

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