Confidências duma Balzaquiana desiludida com alguns homens e surpreendida com outros

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Ago 08

E lá apareceu muito bem disposto.

Sentámo-nos à mesa, encomendou-se a comida e começou a conversa.

E sem que eu estivesse à espera começou um monólogo surrealista.

" Tens que perceber que eu tenho uma vida muito ocupada e que não posso estar livre quando quero!

E se não atendo o telefone é porque estou numa reunião!

Além de que outro dia me faltaste ao respeito ao não perceber que se eu me esqueci é porque tinha assuntos mais graves em que pensar!"

Eu estava  a ouvir este chorrilho de palavras e a pensar: "isto não me está a acontecer!"

Mas apenas tinha começado!

"Tens que perceber que devido às minhas condicionantes não tenho condições de ter uma relação com alguém e neste caso contigo. Além do mais fiquei com a sensação de que não gostas de crianças e de que as minhas filhas não iriam dar-se bem contigo!"

Aqui interrompi-o e apenas disse: "Realmente não gosto de crianças mal educadas . E quanto às tuas filhas parece-me que estás a fazer um filme muito dramático pois se nem sequer uma foto vi.......mas tu lá sabes porque dizes isso!"

Veio a comida e confesso que o que me apeteceu foi levantar-me dali e ir embora. A comida quase que não lhe toquei mas ainda tinha muito mais para ouvir.

"E depois de pensar bastante cheguei à conclusão de que o melhor é parar por aqui antes que haja mais danos ou que tenha que lamentar alguma coisa!"

Fim de discurso.

Eu nem sabia bem o que havia de pensar.

Lá acabou o malfadado jantar e de repente, como já tinha dito tudo e estava livre de mim que devia constituir uma ameaça para as donzelas e para ele próprio, veio-lhe a boa educação ao de cima.

-Já é muito tarde vou-te levar a casa.....

-Obrigada mas não é preciso. Afinal já sou bem crescidinha e nunca precisei de amas.

-Mas eu faço questão....

-Mas eu não.

Silêncio.

Depois rematou: "É a vida!"

Pensamento profundo.

Despedi-me e fui-me embora. Pelo caminho nem conseguia acreditar que me tinha posto a andar com este tipo de argumentos.

Mas a consciência do cavalheiro devia estar pesada pois vá de telefonar para saber se eu estava bem.

Como diz o povo quem não tem vergonha todo o Mundo é seu!

E fui pensando que como os mesmos factos podem ser utilizados a nosso favor quando se tem uma mente doentia e se magoa outra pessoa com a nossa "sinceridade"!

E assim levei uma corrida em osso dum artista português muito sincero e com uma imaginação demasiado fértil! 

Balzaquiana às 20:53
música: Sweet about me - Gabrilla Cilmi
sinto-me: capaz de morder em alguém ;-))

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