Esta frase traz-me lembranças muito doces( o contrário é que seria de admirar!)..........
Faz-me lembrar tempos idos de menina e moça.
Não que tivesse sido uma grande namoradeira (e agora bem que me arrependo) mas tive alguns namoricos que me deixaram um travo doce na boca.
Tenho quase 50 anos e vivi nos fabulosos anos 70-80 a minha adolescência.
Uma época de descobertas mas sobretudo uma vivência descomprometida e inconsequente.
Ninguém se preocupava se tinha ou não namorado, apenas gostavamos de alguém.
Não se levava o namorado para casa, para lá ficar instalado de cama e mesa.
Eram namoricos leves que iam e vinham.
Alguns duravam e passavam a um patamar mais elevado, outros não.
Nada que se compare com os tempos de hoje.
Namorar a "sério" só mais tarde, que tinhamos muito tempo pela nossa frente.
E mais tarde, já adulta, um namorado não era um símbolo social mas alguém especial, muito especial.
E só se pensava num compromisso ao fim de algum tempo.
Agora não. É tudo muito rápido, muito "sério".
Por isso também a duração é tão curta........apaixonam-se e desapaixonam-se num espaço de 2-3 meses, o que me leva a questionar se chegaram sequer a conhecer-se.
Ou então a relação existe como "parceria": este é o melhor parceiro para os meus projectos.
Curioso? Nem por isso.
Vivemos num mundo em que os afectos cada vez menos contam, e em que os valores materiais são o mais importante.
Daí a necessidade de se escolher um parceiro que seja prometedor....
Mas como eu sou velhota, continuo a ver os afectos como o principal duma relação.
Continuo a gostar de ser cortejada, mimada e adorada.
Gosto que me elogiem, mesmo sabendo que estão apenas a demonstrar carinho por mim.
E tenho saudades de ouvir aquela frase: " Queres namorar?"
Hoje estou assim, saudosa dos tempos idos.