A SIC transmitiu, salvo erro a semana passada, um debate sobre a violência no namoro.
Creio que o título era: Amor do avesso.
A certa altura uma das jovens vítimas de violência no seu namoro referiu o que em síntese se passa quando uma relação chega ao fim.
As suas palavras foram: ".....não posso dizer que o ame. Estou com outro de quem gosto muito mas com ele ainda existe uma relação muito forte porque juntos fizemos muitos disparates e loucuras. E esse passado partilhado não se apagou nem vai deixar de existir."
Por um lado fiquei admirada como uma jovem conseguiu fazer esta racionalização.
E sobretudo como identificou e bem, o que realmente fica duma relação.
Isto porque a maioria dos adultos não consegue pôr assim, preto no branco, a verdadeira essência duma relação amorosa.
E dei por mim a pensar: ora aí está uma maneira de arrumar os pensamentos de modo a seguir em frente.
É óbvio que quando tudo não passou de fogo fátuo não existe nem passado, nem recordações.
Existiu uma relação física, uns momentos bem ou mal passados.
Pouco ou nenhum custo emocional os intervenientes pagaram.
Separam-se e até à vista!
Mas quando existe esse envolvimento, esse passado não sei como alguns conseguem friamente virar as costas e partir para outra(o).
Das duas uma: ou essa pessoa não possui sentimentos e vive de aventura em aventura e como tal vai saltitando de galho em galho como o macaco ou então andou a fingir, a enganar.
Que deve ser o que alguns são peritos em fazer: enganar, mentir e desdenhar.
Afectos são guardados para a família........os outros seres com quem se cruzam são descartáveis, é usar e deitar fora!
Infelizmente quem já passou por uma situação destas sabe bem do que falo.
E aquela jovem mostrou uma maturidade que muitos quarentões ainda não alcançaram.....