Confidências duma Balzaquiana desiludida com alguns homens e surpreendida com outros

17
Jan 09

Pois é.

Existem verdades .

Existem mentiras.

E existem mentiras que são verdades manipuladas.

Como? Com muita imaginação e sobretudo uma grande dose de sacanice.

Um exemplo:

"A minha história é simples: apaixonei-me depois de me ter casado mas a minha mulher traiu-me  ao fim de 3 anos......estivemos separados 3 anos mas  ela engravidou."

Comentário da ouvinte: " Engravidou ? Mas não estavam separados?"

Aqui começa a mentira da verdade.

"Sim estávamos mas aconteceu apenas uma vez, vê lá........."

Ligeiro cheiro a esturro no ar.

"E depois voltei lá para casa porque a minha filha mais nova começou a ser violenta na escola."

A relação do retorno com tudo o resto fica perdida neste discurso muito desconexo.

Esta "história" está toda contada de maneira a provocar na ouvinte compaixão pelo pobre enganado.Nem ele se deve já lembrar bem da verdade......

Outro exemplo.

"Sabes ainda continuo casado mas apenas porque eu sou filho de pais divorciados e não quero que o meu filho passe pelo mesmo"

Mistério insondável: viver num ambiente de mentira é mais saudável que viver num ambiente de verdade?

Pelos vistos é!

Mais um exemplo.

"Ela traiu-me! E com um dos meus amigos."

Acontece mas o melhor vem a seguir.

"Sim porque só queria andar em festas e bares.......ficar comigo em casa é que não!"

A ouvinte atreve-se a perguntar: "Mas desde o início que a vossa relação era assim? Objectivos e interesses tão diversos?"

Aqui vem o melhor: "Não. Eu de início ia com ela mas fartei-me de andar sempre numa roda-viva."

Ouve-se um alarme a tocar.

Dá para perceber que estamos perante 2 pessoas com pouco em comum. Ora realmente o melhor era alguém sair.

Cá para mim o melhor amigo apenas serviu para uma pequena lição......

Mas é assim: existem pessoas que ao invés de aceitarem a sua realidade, a pintam e distorcem para atrair incautos.

Ainda bem que  a mentira tem perna curta.

Balzaquiana às 21:30
música: Little Lies - Fleetwood Mac

30
Out 08

Ontem encontrei a minha verdade.

Encontrei a resposta para a minha eterna dúvida: porquê?

Porque motivo tive que viver um amor tão sofrido, tão desesperado e sobretudo não correspondido?

Ontem finalmente compreendi.

Porque um dia eu fiz o mesmo a outra pessoa.

Também eu um dia não dei atenção a quem me amava, não soube amar de volta essa pessoa que se sentiu desdenhada, só e mal-amada.

Acabei por passar por o que essa pessoa passou.

Precisei de viver esta situação para ter uma lição de vida.

Mas sinto-me leve, como se um peso tivesse deixado de estar sobre o meu  peito.

Aliviada, posso dizer.

A minha lição de vida era esta, e por isso tinha que sofrer para compreender.

Para aceitar.

E para poder seguir em frente sem amarras nem remorsos nem rancores.

Era o meu karma pessoal.

Mas estou feliz por ter chegado até aqui, por ter percebido e aceitado.

Balzaquiana às 21:17
música: Hide in your shell - Supertramp
sinto-me: leve, aliviada

13
Ago 08

 

 Por muito tempo o cavalheiro que queria muito ser meu amigo se afastou mas lá dava sinal de vida para saber saber se eu estava bem: um perfeito gentleman.

Eu andei a bater mal  bastante tempo sem perceber o que tinha acontecido para semelhante comportamento. Teria eu feito alguma coisa que o melindrou? Teria eu expresso alguma opinião que o ofendeu? Que tinha eu feito de errado?

Chegava sempre à mesma conclusão: eu apenas tinha sido verdadeira nas minhas opiniões e nas minhas acções , isto é, tinha sido genuína.

Não tinha andado a representar um papel ou a fingir ser o que não era.

Passado muito mas mesmo muito tempo e no meio duma conversa com o cavalheiro, fiz-lhe a seguinte pergunta: " porque motivo é que de repente mudaste de ideias e te afastaste?"

Uma pausa longa, um olhar para o vazio e eis a resposta:

"Porque tu não soubeste vender a tua imagem e como tal eu afastei-me"

Devo ter feito uma cara que achou por bem acrescentar: "Antes que me viesse a arrepender"

De mal a pior.

Eu na altura fiquei parva a pensar: "Vender a minha imagem? Será que eu sou um detergente ou um refrigerante que são apresentados como os melhores mas que são apenas isso mesmo? "

Apenas expressei uma frase: "pois realmente não vendi a imagem!"

E ainda hoje quando me lembro desta frase me sinto zangada.

Eu sou um ser humano, com qualidades e defeitos, não sou perfeita mas alguém pensar que eu devo vender a minha "imagem" é o cúmulo do descaramento. E só demonstra que aquela pessoa nunca fez um esforço para me aceitar e compreender daí eu não ter "encaixado" na retrato que ele fez de mim. Se calhar ainda bem.

Mas é triste ser comparada a um consumível. E daí o deitar fora quando já não interessa.

Mas no meio disto tudo ainda houve mais palavras bonitas: "mas com o passar do tempo tu mudaste e eu mudei a minha opinião a teu respeito".

Eu não mudei mas enfim. "....e começaste a perceber como eu sou".

Isso é verdade: comecei a perceber o que não devia dizer em determinadas alturas mas que em outras era o que devia ser dito. O chamado jogo de cintura.

Mas a melhor foi esta: ".....tu deixaste de te preocupar em dizer as coisas certas e passaste a borrifar-te para o que eu pensava!"

Bingo! É que o jogo de cintura cansa e para quê estar a usar palavras muito bonitas quando nos apetece dar um berro? Viver contrariada não é bem o meu género.

E assim se revela a verdade , sem filtros nem palavrinhas de circunstância.

Caso para perguntar: Custava muito ter sido honesto? Não, digo eu.

Mas muito tempo se passou muitas "amigas" passaram pela vida do meu amigo e como tudo se sabe também em relação a algumas o ouvi dizer: "Não me respeitaram!"

Curioso. Se calhar porque para respeitar é necessário respeitar o outro e dar-se ao respeito.

E como conclusão deste conturbado episódio da minha vida apenas posso dizer:

Quem não me aprecia não me merece.

 

 

Balzaquiana às 20:56
música: N'Oubliez jamais- Joe Cocker
sinto-me: a remoer

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